domingo, 15 de abril de 2007

Teatro.


Numa pausa do estudo, apeteceu-me divagar...




"(...)É apaixonante enquanto subsiste a duvida.

Então, deixamos de nos interrogar porque é cansativo.

Apenas a ameaça subsiste, esta preocupação corrosiva.

O mundo torna-se monótono e óbvio. (...)"




Cena 12 de Jeux de Massacre, de Eugéne Ionesco.

2 comentários:

Sara C. Rodrigues disse...

Concordo... a dúvida tem de facto algo de apaixonante... É ela que impele esta ambição humana de aprender mais e mais... É ela que nos torna pessoas interessadas e apaixonadas pela ciência... e por todos os porquês...

Mas se é apaixonante, porquê deixar de nos interrogar? Ela só se tornará cansativa se se emparelhar com algo sem interesse... E ainda assim... só porque é cansativa, teremos de desistir dela...? Será que isso fará de nós pessoas melhores e mais sábias?

E quanto ao mundo ser monótono e óbvio... Ai está algo em que não consigo acreditar... Haverá sempre algo que nos suscitará interesse de estudo... Existirá sempre necessidade de criar... Existirá sempre dois pólos que combatem entre si... Dois caminhos que se cruzam até ao infinito... A batalha que jamais terá fim...
A doença, a Guerra, a Pobreza, a infelicidade, a infidelidade, a incoerência, os inimigos.... Versus a paixão, o amor, a amizade, a paz, a saúde, a verdade, a alegria... A emoção de viver... A vida e a morte... O preto e o Branco... Enfim... A complexidade inerente à humanidade e à vida...
Será ele monótono e óbvio?

Dúvido...
=P

Divagações...! disse...

As coisas cansativas dão-nos como que uma "luta"... Penso que se me canso de algo, não quero voltar a repeti-la... Apesar de duvidar ser apaixonante considero (e concordo com Ionesco) que há sempre esta outra vertente do cansaço...

Quanto ao Mundo, gostei das afirmações tendo em conta a personagem, ou seja, contextualizadas na peça :P

:)

Pensamento do Dia