quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Dez lamúrias por gole!



Noite.
Sozinho.
Quarto.
Musica.
Vontade de escrever.
Estavm reunidas as condições para sair algo, como o que está a baixo. Chamem-lhe lamechas, ou o que quiserem, mas foi escrito com todo o sentido!


Apetece-me apenas falar-te desta maneira,
contar-te como têm sido os meus dias, dizer-te que quero apagar da minha memória da duas ultimas semanas...
Quem diria que me iria habituar ao facto de estar sozinho! Já me tinham dito que não é assim tão mau, que podes fazer tudo aquilo que tu queres, da forma que tu queres...
E aqui estou eu, mais um dia sozinho, na cama, com o candeeiro aceso, o portatil à frente, em modo de poupança de bateria.
Os telemóveis estão ali ao lado (mas isso, agora, pouco importa).
Deixa-me dizer-te que não tem sido fácil, tenho sentido um vazio enorme, parece que nada me satisfaz como dantes.
Deixa-me dizer-te também que hoje, apesar de sozinho, sinto-me cheio de mim, sinto que estou disponivel para o que quer que seja!
Hoje penso em quantos dias e em quantas horas eu perdi, com choros e vontade de morder as mãos, com aquilo que sentia!
Sabes, no entanto acho que tudo isso é necessário! É a mitica teoria do descer bem fundo, para depois sair forte do casulo... Este casulo que tenho vindo a tecer, é dificil de rasgar, ainda não o consegui abrir por completo, os fios são fortes.
Oiço musica e penso no quão rara é a vida, no quão curta ela é, no pouco tempo que temos para querermos este mundo e o outro! Daqui a pouco estamos a dizer adeus, estamos ali ao lado (ou lá em cima, como se costuma dizer). E aí vamos pensar em quantas horas se perdeu em coisas que não têm importância nenhuma...!
Eu acho que só preciso dum empurrão, algumas vezes!
Preciso que cortes com uma faca os fios do meu casulo, que ajudes a abrir o buraco que me vai fazer sair deste sentimento, e que me liberte por completo, para aproveitar todas as horas, todos os meus dias o melhor que consigo! Para que possa acordar a sorrir, para beijar e abraçar quem mais gosto, para cuidar dos outros, ou para por e simplestemente lhes agarrar mão, no meio de tanta dor e de tanto sofrimento!
Acho que ainda não me desprendi desta maneira romântica de ver a morte e o amor, duas coisas de que tanto (não) se fala hoje! Agarrar a mão de alguém, quando a dor é a coisa que mais marca no momento... Faço-o! Não sei se é o mais correcto ou não, e bem sei que não deveria pensar no que gostaria para mim, se tivesse naquela situação, mas é mais forte que eu, não consigo evitá-lo, tenho de fazê-lo!

Eu quero que me agarrem na mão, quando me doer a saída do casulo, quando cortar os fios, quando conseguir chegar a ti.

23.08.10

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