Então eu desenhei.

- Não! Este já está muito doente. Desenha outro.
Desenhei de novo.

- Bem, isto não é um carneiro. É um bode... Olha os chifres...
Fiz mais uma vez o desenho.

- Este é muito velho. Quero um carneiro que viva muito.
Então, perdendo a paciência, como tinha pressa de desmontar o motor, rabisquei o desenho ao lado.
E arrisquei:
- Esta é a caixa. O carneiro está lá dentro.

Mas fiquei surpreso de ver iluminar-se a face do meu pequeno juiz:
- Era assim mesmo que eu queria! Será preciso muito capim para esse carneiro?
- Porquê?
- Porque é muito pequeno onde eu moro...
- Qualquer coisa chega. Eu dei-te um carneirinho de nada!
Inclinou a cabeça sobre o desenho:
- Não é tão pequeno assim... Olha! Adormeceu...
- Era assim mesmo que eu queria! Será preciso muito capim para esse carneiro?
- Porquê?
- Porque é muito pequeno onde eu moro...
- Qualquer coisa chega. Eu dei-te um carneirinho de nada!
Inclinou a cabeça sobre o desenho:
- Não é tão pequeno assim... Olha! Adormeceu...
ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY
Adaptado de: O Principezinho
4 comentários:
Lindo...
pergunto-me porque nos recusamos tantas vezes a olhar da mesma forma...Na verdade quase tudo está dentro de nós...
Continua a olhar
O poder da imaginação..
*S
E se encarassmos o mundo como as crianças?!
tudo era bem mais fácil!
Postar um comentário